A ansiedade pode se manifestar de várias formas, desde sintomas físicos e comportamentais óbvios até sintomas mais sutis que afetam seu estado emocional e cognitivo.
No entanto, em cada caso, ela pode deixar para trás uma sensação um tanto similar e familiar – a sensação de estar um pouco mais perdido, machucado e sozinho.
Nenhuma pessoa ansiosa apresenta exatamente os mesmos sintomas, por isso a ansiedade de cada pessoa é única e, portanto, a jornada individual também é.
Dito isso, a maioria das pessoas apresenta algum tipo de combinação dos diferentes tipos de sintomas, o que torna mais apreciável compreender como ela funciona.
Este capítulo se concentra em conceitos de personalidade que ajudarão você a entender como sua ansiedade funciona.
O Você Multifacetado
Agora, você não pode entender a pessoa ansiosa média para compreender sua ansiedade.
Você também não precisa fazer isso.
Você precisa entender as muitas dimensões nas quais você e sua ansiedade existem.
Quando você começa a identificar essas dimensões, que são principalmente caracterizadas por gatilhos e sintomas, você será capaz de trabalhar em torno deles e, com o tempo, superá-los também.
Contents
Ficha de Trabalho 1 – O que você vê?
Aqui está uma ficha de trabalho rápida para você.
Alguma dessas situações soa familiar para você?
- Você não gosta de mudanças. Toda vez que você se encontra em uma situação nova, sente-se inquieto e preocupado.
- Você analisa excessivamente informações, decisões e possibilidades antes de agir.
- Você tende a ser pessimista em relação ao presente e ao futuro.
- Você constantemente remói experiências negativas do passado.
- Você se preocupa com tudo.
- Você se sente desconfortável quando alguém lhe elogia. Você também acredita que esses elogios não são sinceros ou que estão zombando de você de alguma forma.
- Você é seu crítico mais severo.
Embora não haja um sistema de pontuação aqui para avaliar sua ansiedade, isso ajuda a entender se você é propenso à ansiedade ou não.
Quanto mais itens você marcar, mais provável é que você esteja sofrendo de ansiedade, depressão ou ambos.
Compreendendo sua ansiedade e o que ela está fazendo com você
A ansiedade interna pode afetar o que você faz e como age externamente.
Portanto, se você observar sua mente e seu corpo com atenção, poderá perceber alguns sinais, comportamentais e físicos, que podem indicar o que sua ansiedade pode estar causando em você.
Por exemplo, uma pessoa ansiosa pode lidar com vários pensamentos conflitantes e apreensivos.
O ruído interno e o medo que ressoam internamente podem fazê-los parecer cansados, retraídos e/ou nervosos.
Ficha de Trabalho 2 – O que seu comportamento diz sobre você?
Marque as afirmações que se aplicam a você.
- Eu me pego chorando sem motivo.
- Há momentos em que me sinto vazio(a) e não consigo fazer o que quero.
- Evito socializar.
- Evito correr riscos.
- Também evito fazer coisas divertidas porque me preocupo com o possível risco envolvido.
- Tenho medo de fracassar e ser julgado(a).
- Fico agitado(a).
- Fico obcecado(a) pelo passado, preocupado(a) com o futuro e raramente consigo permanecer no presente.
E sobre o seu corpo?
- Perdi o apetite.
- Estou sempre com fome.
- Minhas mãos suam o tempo todo.
- Posso me sentir nauseado(a), tonto(a), com frio e trêmulo(a) quando estou ansioso(a).
- Meu coração acelera quando estou preocupado(a).
- Sinto frio e fraqueza também.
- Tenho muito pouca energia.
Novamente, não há um sistema de pontuação para avaliar sua ansiedade.
Quanto mais sintomas você marcar, maior a probabilidade de você estar experienciando ansiedade.
Observação: Agora, alguns dos sintomas acima também podem ser resultado de várias outras razões, por isso sugerimos que você consulte seu médico de cuidados primários antes de tirar quaisquer conclusões.
Refletindo sobre seus gatilhos e identificando crenças que estão atrapalhando seu caminho
Se você pudesse acompanhar uma mente ansiosa, poderia perceber padrões de pensamentos desfavoráveis que continuam surgindo.
Esses pensamentos podem ser gatilhos da própria ansiedade, e abordá-los é muito importante.
Uma técnica clínica chamada exposição à imagem, usada na terapia, pode ajudar a lidar com os gatilhos e identificar suas fontes.
Ficha de Trabalho 3 – Exposição à Imagem
Sente-se com você mesmo e reflita sinceramente sobre quaisquer pensamentos desfavoráveis que ocupam sua mente, pensamentos que o impedem de se concentrar e estar presente, aqueles que você gostaria de esquecer, mas não consegue, e aqueles que você pode ter mantido enterrados e talvez não queira compartilhar com outras pessoas.
Você também pode refletir sobre quaisquer pensamentos de preocupação, aqueles que ainda não aconteceram, mas que você teme.
Recorde as imagens e os sons da situação como se estivessem acontecendo na sua frente, enquanto falamos, com o máximo de detalhes que você conseguir.
Traga à mente a imagem do constrangimento, evitação, preocupação, medo, mágoa e/ou culpa de forma vívida.
Reflita sobre a imagem, vivenciando a experiência completamente uma vez.
Deixe os pensamentos permanecerem com você até que decidam deixá-lo à vontade.
Repita este exercício uma vez por dia pelo tempo que desejar.
Conforme você avança, começará a ver as razões.
Perceberá crenças que têm bloqueado seu caminho – seus pontos de estagnação, por assim dizer.
Encontrará soluções para superar os resultados negativos de seus gatilhos.
Por fim, encontrará paz.
Este é o começo
Agora, esse é um processo gradual e o primeiro passo para lidar com sua ansiedade.
Quando você souber o que está causando sua ansiedade, poderá, com o tempo, encontrar maneiras de gerenciá-la ou superá-la (e este livro mostra exatamente como fazer isso).
Avançando conscientemente além das crenças que estão bloqueando seu caminho
A questão dos pontos de estagnação é que, quando estamos presos em um, não costumamos pensar em maneiras de contorná-lo e avançar.
Não entramos no modo de resolução de problemas e não avaliamos nossas opções (principalmente porque não sabemos como e, portanto, não conseguimos).
Para resolver problemas, você precisa pensar realisticamente, coerentemente, sem qualquer tagarelice. Infelizmente, quando estamos ansiosos, nossa mente pode ficar presa em sua roda de contemplação e deixar de trabalhar em coisas mais produtivas e com propósito.
Por exemplo, imagine que você tenha um prazo a cumprir com sua equipe, mas um membro da equipe não está contribuindo igualmente.
Em vez de se preocupar com o motivo pelo qual ele/ela não está fazendo a parte dele/dela, seria mais útil pensar em maneiras de ajudá-lo(a) a se envolver ou alcançar o prazo imediato.
Portanto, você pode:
- Conversar com o membro e informá-lo onde ele precisa melhorar, sugerindo algumas opções para resolver as coisas.
- Dar a ele trabalhos mais simples ou uma lista de verificação para fazer todos os dias.
- Dividir o trabalho entre os outros membros da equipe.
- Concluir o trabalho primeiro e depois procurar uma solução mais permanente.
Forçar-se conscientemente a buscar as soluções possíveis em vez de ruminar sobre o problema pode ajudar a aliviar o estresse da ruminação.
Concentrar-se em uma solução construtiva o direcionará para um estado de espírito mais positivo, assim como alcançar a solução o levará a um estado de paz e satisfação.
Ficha de Trabalho 4 – Reconhecendo seus Desafios
- Reflita sobre o ponto de estagnação que está impedindo você de avançar.
- Defina suas três melhores soluções realistas. Mantenha-as simples e alcançáveis.
- Decida do que você precisa para agir sobre elas.
- Decida quanto tempo você precisa para reunir essas ferramentas.
- Comece a trabalhar em direção a essas metas.
Qual é o próximo passo?
Neste ponto, você deve se parabenizar.
Você progrediu e está um passo mais perto de entender e lidar com sua ansiedade.
Os próximos capítulos discutem aspectos que vão um pouco além de seus pensamentos.
Eles abordam áreas como sua mente e seu corpo e seu papel em sua ansiedade.
Tire um momento para pausar agora e então.
Permaneça no presente.
Esta é a sua realidade.
Onde você deseja estar?
Ok, vamos começar a se preparar para o seu futuro.